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MANQUEIRA

O QUE É MANQUEIRA OU CLAUDICAÇÃO?

A claudicação, popularmente conhecida como “manqueira”, é a alteração do padrão normal de locomoção em animais. Quando um animal muda a sua forma de andar, por mais sutil que seja essa mudança, ele já é considerado um animal claudicante. Ou seja, a claudicação é uma condição do animal, ou então um sintoma de uma lesão ou doença, e não uma doença.
A sua importância é muitas vezes negligenciada, uma vez que representa um dos principais problemas de saúde de vacas leiteiras e afeta o bem-estar, a fertilidade, a produção de leite e a rentabilidade do rebanho.

Em vacas leiteiras, a claudicação quase sempre é devida a lesões que produzem dor nos cascos das patas posteriores. Porém, em alguns casos, há lesões em nervos, tendões, articulações ou músculos que produzem claudicação: vacas recém paridas que tiveram problemas ao parto, ou que caíram ou se machucaram, podem apresentar manqueiras por essas causas.

A claudicação pode ser causada por diferentes doenças, como infecções, ou problemas metabólicos que predispõem os animais a desenvolverem lesões nos cascos.

É importante
que a claudicação
não seja confundida com
o carbúnculo sintomático, uma doença também conhecida popularmente como “manqueira”, mas que é causada por bactérias
(Clostridium chauvoei)

EFEITOS INDESEJÁVEIS NA PRODUÇÃO, SAÚDE E
BEM-ESTAR DE VACAS LEITEIRAS

A claudicação pode afetar o desempenho de vacas leiteiras de várias formas. Os principais problemas devidos à

claudicação são:
     a) Redução do consumo e da produção de leite;
     b) Infertilidade;
     c) Aumento da taxa de descarte (animais claudicantes 
são descartados mais cedo);
     d) Aumento dos custos de tratamento dos animais 
afetados;
     e) Além disso, a alta ocorrência de claudicação no 
rebanho demanda maior tempo de manejo dos animais

         afetados que são mais lentos para se locomover. 

As condições que causam a claudicação estão entre as doenças e disfunções mais dolorosas que afetam o gado.

Tanto as lesões de casco causadas por infecções quanto as causadas por alterações mecânicas dentro do casco são

associadas à dor. Ou seja, os animais que estão claudicando estão sentindo dor.
Mudanças de comportamento são usadas como 
indicadores de dor e desconforto nos animais, tanto nas

rotinas das fazendas quanto em pesquisas, já que o comportamento de um animal está diretamente relacionado ao modo que ele lida com o ambiente e sobrevive. A dor nos membros de uma vaca é demonstrada quando ela muda

sua linguagem corporal, ou seja, muda seu padrão de locomoção, e isso é utilizado como base para definir os

escores de severidade da claudicação.

Apesar da dor ser um importante componente da claudicação, o controle da dor não é sempre considerado de

maior prioridade como deveria. Inclusive, os tratamentos para claudicação podem produzir dor. O tratamento de

lesões nos cascos envolve a contenção física do animal e do membro afetado enquanto a lesão é explorada, o que

muitas vezes pode resultar na exposição de partes sensíveis do casco mediante casqueamento. Após o tratamento, as vacas normalmente são devolvidas ao rebanho e podem percorrer distâncias consideráveis até a

pastagem, prejudicando a recuperação do animal e melhora do problema. É por isso que usar analgésicos nas vacas afetadas é uma indicação fundamental tanto para melhorar a condição do animal claudicante como para

complementar tratamentos, como casqueamentos.

POSTURAS ANORMAIS SERVEM COMO INDICADORES DE CLAUDICAÇÃO

A postura é a relação de organização espacial que existe

entre o tronco, a cabeça e as extremidades do animal. Essa relação é muito importante para manter as funções

normais do organismo. Uma das consequências

indesejáveis da claudicação é que afeta a postura normal e,por isso, afeta todo o organismo. Assim, um animal com

claudicação pode ter degeneração de articulações,

músculos e tendões que complicam o problema inicial. 

Figura 1. Na imagem se observa animais jovens com postura adequada: costas retas, cabeça levantada e distribuição homogênea do peso em

todas as extremidades.

Figura 2. A claudicação pode ser diagnosticada avaliando a andadura das vacas. Além disso, observar as vacas paradas ajuda a ver

posturas anormais que indicam que o animal pode estar claudicando. Nas fotografias são mostradas posturas anormais em vacas que

estavam claudicando por diferentes problemas. O que é comum em todas as imagens é que o animal deixa de apoiar parte corpo no

membro afetado e distribui o peso nas outras extremidades, sobrecarregando-as.

Figura 3. A claudicação também pode aparecer em animais

jovens. As causas podem ser diferentes em animais de distintas

idades, mas é importante observar todos os animais do rebanho e corrigir os problemas que causam a claudicação o mais rápido possível. Um pequeno problema de claudicação num animal

jovem pode virar um grande problema crônico no animal adulto, se não for atendido adequadamente a tempo.

Figura 4. Quando um animal não consegue apoiar normalmente o pé no chão, deve suspeitar de uma lesão grave, ou muito dolorosa. Por isso, todo animal que tenha esse tipo de postura deve ser isolado e o casco deve ser observado para detectar se há presença de lesões.

Figura 5. Postura anormal em vaca claudicante. As posturas anormais indicam que o animal pode estar claudicando: a curvatura das costas, o apoio

irregular de uma ou duas patas, a relutância em se locomover são informações importantes que podem ajudar a detectar animais com problemas.

Nas duas imagens apresentadas se observa uma angulação exagerada do pé: desde o curvilhão (jarrete) até o casco pode ser notada uma linha que não é perpendicular ao piso. Na vaca em destaque nesta imagem se observa, também, curvatura das costas. Animais não claudicantes apresentam

uma linha reta perpendicular ao piso nessa região anatômica. 

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